Walt Whitman |
A um Estranho
Poesia de Walt Whitman
Estranho que passa! você não sabe
com quanta saudade eu lhe olho,
Você deve ser aquele a quem
procuro, ou aquela a quem procuro, (isso me vem, como em um sonho,)
Vivi com certeza uma vida alegre
com você em algum lugar,
Tudo é relembrado neste relance,
fluído, afeiçoado, casto, maduro,
Você cresceu comigo, foi um
menino comigo, ou uma menina comigo,
Eu comi com você e dormi com você
– seu corpo se tornou não apenas seu, nem deixou o meu corpo somente meu,
Você me deu o prazer de seus
olhos, rosto, carne, enquanto passamos – você tomou de minha barba, peito,
mãos, em retorno,
Eu não devo falar com você – devo
pensar em você quando sentar-me sozinho, ou acordar sozinho à noite,
Eu devo esperar – não duvido que
lhe reencontrarei,
Eu devo garantir que não irei lhe
perder.
(Traduzido por Adriano Scandolara)
Les passants 19 - Pascale Parrein |
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