Charles Baudelaire |
A Uma Passante
Poema de Charles Baudelaire in "Les Fleurs du Mal"
Alta, magra, de tudo, dor tão majestosa,
Passou uma mulher que, com as
mãos suntuosas,
Erguia e agitava a orla do
vestido;
Nobre e ágil, com pernas iguais a
uma estátua.
Crispado como um excêntrico, eu
bebia, então,
Nos seus olhos, céu plúmbeo onde
nasce o tufão,
A doçura que encanta e o prazer
que mata.
Um raio... e depois noite! –
Efêmera beldade
Cujo olhar me fez renascer tão de
súbito,
Só te verei de novo na
eternidade?
Noutro lugar, bem longe! é tarde!
talvez nunca!
Porque não sabes onde vou, nem eu
onde ias,
Tu que eu teria amado, tu que bem
sabias!
Les passants 11 - Pascale Parrein |
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