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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Japan - David Sylvian - Música

(In English at the end of the Portuguese message)


Japan! Ah, Japan!
Como foram importantes na minha vida, adolescência, idade adulta, enfim, David Sylvian como eu sempre te amei. Eu sei, são palavras muito fortes, mas, quem não sabe, ouviu a qualidade deste grupo, para eles, não sei o que dizer. Perderam muito, mas não é nada que não se resolva.
Primeiro, estou a pensar em mim, na minha pesquisa, na minha viagem, na minha partilha dentro da arte de Japan. Sim, "arte" deste grupo que não tinha nada a ver com os grupos que brilhavam na época. The Cure que adoro ou U2 que também foram importantes na minha vida. Produziam músicas mais trabalhadas, mais difíceis de cativar o grande público.
Foram noites em casa do meu irmão mais velho, foram noites a jogar Bridge apaixonada por ele que era tão lindo, mas tão lindo que até as cartas se confundiam. Na minha mão só corações, na mão dele só espadas que me feriram de morte durante muito tempo. Para me recompor, me reconstruir, ouvia Japan e apaixonei-me de novo com a vida. Quem escreve, escreveu músicas deste calibre mostrou-me um sinal, que a vida valia a pena ser vivida, e sobretudo, que sobrevivemos a um desgosto de amor.

Japan foram músicos extraordinários, Steve Jansen baterista e irmão de David Sylvian na voz, Mick Karn no baixo, uma presença intensa, Richard Barbieri nos teclados e Rob Dean na guitarra antes de sair no álbum " Tin Drum"

Deixo algumas canções, mas pesquisem mais, valem a pena!

Gentlemen take Polaroids


Quiet Life


Swing


My New Career


Ghost


Talking Drum


Canton


The art of The Parties 

Depois de se separarem, voltaram a fazer um disco juntos: "Rain, Tree, Crow", que foi lançado em 1991, mas, desta vez como artistas solo. Estavam todos com outros projetos.

Resultado de imagem para rain tree crow


Blackwater


Pocket Full of Change


New Moon at Red Deer Wallow

A minha mensagem sobre David Sylvian

In English


Japan! Oh, Japan!
How important they were in my life, adolescence, adulthood, and after all - David Sylvian as I always loved you. I know, they are very strong words, but, who doesn't know, heard the quality of this group, for them, I don't know what to say. They lost a lot, but it´s nothing that can´t be solved.
First, I am thinking of myself, my research, my journey, and my sharing within the art of Japan. Yes, "art" by this group had nothing to do with the groups that shone at the time. The Cure that I love or U2 was also important in my life. They produced more elaborate songs, more difficult to captivate the general public.

It was nights at my older brother's house, it was nights playing Bridge in love with him, who was so beautiful, but so beautiful that even the cards got confused. In my hand only hearts, in his hand only swords that hurt me to death for a long time. To compose me, and rebuild me, I listened to Japan and fell in love with life again. Whoever writes, wrote songs of this caliber showed me a sign, that life was worth living, and above all, that we survived a heartbreak of love.

Japan were extraordinary musicians, Steve Jansen drummer and David Sylvian's brother in voice, Mick Karn on bass, an intense presence, Richard Barbieri on keyboards, and Rob Dean on guitar before leaving on the album "Tin Drum"

I leave some songs, but research more, they are worth it!

Gentlemen take Polaroids


Quiet Life


Swing


My New Career


Ghost


Talking Drum


Canton


The art of The Parties 

After separating, they made a record together "Rain, Tree, Crow" which was released in 1991, but this time as solo artists. They were all with other projects.

Resultado de imagem para rain tree crow


Blackwater


Pocket Full of Change


New Moon at Red Deer Wallow


My message about David Sylvian

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Chris(tine and the Queens) - Música




Já lá vai algum tempo, pois, voltei a estudar, passei muito tempo a dedicar-me a outros assuntos e é preciso arranjar tempo para trabalhar.
Decidi, no entanto, falar de novo da Christine and the Queens porque estou completamente abismada com ela. No bom sentido claro. E há tanto por dizer! Outras coisas, outras realidades.

Já, e como não, tinha dito muito bem dela na publicação anterior que fiz sobre ela e continuo a ter a mesma impressão. De facto ela mantém a sua energia, a sua integridade e posso acrescentar a sua humanidade. Algo que me fez gostar dela em primeiro lugar. Ela é, além de tudo o que já disse, uma pessoa extremamente inteligente e que a sua mensagem, conscientemente, vai muito mais além do que ela transmite através da música. Ela ultrapassa a sua condição. Revela-se, como sempre o fez, de um humanismo, sim de novo, fora de série.
Já lá voltaremos ao seu humanismo. É o que me faz mais verdadeiramente estar aos seus pés...

Chris, é o seu segundo álbum de músicas e é muito interessante, faz durante as músicas uma homenagem aos seus artistas favoritos. Michael Jackson e um deles, e é impossível ouvir música pop sem reconhecer que ele foi um dos maiores. Toda uma efervescência de temas com a influência de artistas dos anos 80 misturam-se com sonoridades atuais. Artistas franceses, ingleses, muitos deles irreverentes na sua expressão. Serge Gainsbourg é um deles. No fundo é a prova que esses anos não foram em vão.



O primeiro single que ela lançou em francês e em inglês. Escolhi o inglês.

E interessante justamente fazer uma analogia e reconhecer que ela mantém viva a liberdade que se vivia nesses anos. Hoje, vivemos momentos muito preocupantes ao nível mundial vindo de pessoas que foram, são os filhos das pessoas, que como eu, tinham mais (e menos) liberdade em todos os aspetos. Sim é graças a quem lutou, morreu, que temos leis que protejam as pessoas, que dão mais igualdade, que reconhecem as diferenças, tantos anos de luta, de conquistas que me fazem estranhar que possa haver retrocessos. A liberdade não pode ser contida, precisa de ser vivida, dada e amada para nós e para os outros. Não quero ser alarmista mas questiono o que se terá passado para vivermos tempos muito sombrios e cada vez mais divididos. A humanidade afundou nuns propósitos destrutivos, algo que nunca pensei voltar a viver, voltar a reconhecer, voltar a sentir de uma vida que não vivi mas que está cada vez mais presente. De facto o  que é passou? Podemos dizer que foi a economia, a mundialização, a liberalização que travou a evolução humana, o amor, a empatia? E claro as guerras que nunca mais acabam. Guerras sem vencedores, é a humanidade que perde, a nossa, a minha.

Muitas questões, e se calhar respostas que não queremos ouvir. Temos de fugir de nós e descobrir de novo os nossos fundamentos, os humanos, esquecendo tudo e voltando a tudo. Não percebo como os que têm tudo querem mais e menos para os que têm menos. Um desequilíbrio mundial que equilibra apenas alguns em detrimento de outros.
Sinto que ela é alguém em que me posso confiar e é mais nova do que eu. Tenho mais confiança nela do que em mim.

Em termos musicais ela é uma lufada de ar fresco. Longe do "mainstream" ela é fiel a ela mesma.

O segundo é em francês. Adoro esta música. Aqui sente-se a influência da música francesa. Os jogos, a melodia e linda. Uma canção de amor muito bem conseguida.

As suas músicas são o reflexo do seu primeiro álbum. Preocupações que se juntam e crescem com ela. Os desajustados continuam a fazer parte das suas letras. Ela cortou o cabelo, e como eu gosto que ela o tenha feito. Não é nada demais mas é todo um símbolo hoje, em que as mulheres, muitas, vivem sob padrões de beleza que as escravizam tanto por imposições sociais como culturais. Há muito por dizer. Este corte de cabelo é simplesmente porque ela quis e é a sua liberdade de o fazer que a faz ser tão simples na sua complexidade.

"La Marcheuse" é uma música sobre as nossas feridas. A importância de continuar a viver. É linda!

Tudo é partes de metamorfoses, de crescimentos, de consciencialização de nós próprios. Dela própria. Este álbum é diferente. Ouvi uma vez falarem da sua intenção em ser política, tenho a certeza que há algo de político no que ela faz. Mas não uma política convencional é um engagamento, um ativismo que abrange muitas áreas. Ela luta pelos direitos das pessoas, de todas as pessoas, sendo ela uma pessoa muito íntegra e multifacetada. Ela escreve sobre temas do momento como "L' Etranger" que é uma crítica ao poder, ao consumismo, às desigualdades, ao racismo e uma alusão aos refugiados de cortar a respiração. As palavras "Voleur d'eau" são de uma grande força.



Os temas que ela aborda são mais adultos, mesmo se há um ou dois em que se vê que ela é uma jovem, jovem mulher, e não precisa de ser diferente. Nunca! São temas que tocam, que me tocam, com alguma infantilidade em alguns temas, mas "Who Cares"! A sua dimensão ultrapassou-a. Será que ela sabe?
Provavelmente que sim. Como olhar para o mundo hoje? Só se for com as mãos dadas aos nossos amigos, às luzes das nossas vidas, às pessoas que nos querem bem, e às pessoas como Chris, que nos fazem bem, porque são o bem dentro delas.
Houve e há outros artistas que conseguem e conseguiram esta dimensão. Vejo muito de John Lennon nela. Sim, um artista de uma outra dimensão de outro planeta. Que morreu demasiado cedo.


Voltemos ao seu álbum. A sua emancipação como mulher criaram temas que falam da sexualidade feminina no sentido forte da palavra. Uma mulher sexuada que gosta de sexo e que quer ter sexo. Alusão à falta de representação da sexualidade das mulheres, que muitas vezes são apontadas de forma negativa quando revendicam a sua tesão. A mesma tesão que Madonna expressava nas suas músicas.  Madonna uma outra figura, outra inspiração para o seu álbum.

O título "Follarse", "foder" em espanhol

Tudo isso é Chris e muito mais. Convido-vos a descobrir o seu, os seus 2 álbuns de originais. Faz bem à saúde. 
"Be free!" 


"5 dollars"


"Comme si"

Este ano, para mim, foi o ano de Christine and the Queens. Uma artista "selfmade" oriunda de França. Muito além da música o que gosto mesmo é dela, da pessoa. Ok, não faz sentido, não a conheço, nunca conheci John Lennon e serei sempre John Lennon, mesmo se já não está entre nós. A alusão a John Lennon é pelo facto que "Chris" transfere as suas preocupações, lutas, dúvidas, questionamentos na sua música. E como é bom ouvir. Já adorava, é verdade, o seu primeiro álbum "Chaleur Humaine" que é deslumbrante, para mim claro e foi, ainda é, o que a define. O segundo "Chris" é também muito bom, álbum do ano para o Guardian, no meio de tantos artistas. A sua música "Girlfriend" faz parte das melhores e é nomeada para muitos prémios. É mesmo a sério, mesmo quando se vê e se descobre a pessoa, jovem com os cabelos curtos, masculina, feminina, mandona, aguerrida, atrevida, malandra, assertiva, divertida, mas, sempre com uma mensagem pertinente. A primeira, a principal é a sua emancipação como mulher, uma luta feminista, consciente, com a sua persona e a sua músicas mais ousadas. Sim, ela quer e não se sente envergonhada por querer "Follarse" como dizem os espanhóis. Ela não tem medo de quebrar as convenções, assume-se pansexual, "Queer", ela gosta de confundir as pessoas e de emancipar os/as mais frágeis. "La Marcheuse"  toca nos corações quando ela fala de lutas internas e de feridas físicas ou invisíveis. Ela própria não se integrava e encontrou na música uma forma de se libertar. Liberdade é o seu lema e amar o seu propósito. Amar os outros independentemente de tudo e de todos.
Escolhi "Doesn't Matter ( Voleur de Soleil) para partilhar aqui. Parece inofensivo mas questiona o sentido da vida. A necessidade de superação para encontrar forças para continuar. Coloca-se ao lado de quem não encontra a luz, com ou sem Deus, isso não importa, e pede para roubar o sol, o mesmo que brilha para todos e que dá e é a vida. Há outros caminhos que a morte e este combate é grande.
Em todo o seu esplendor! A performance cénica aqui é extraordinária. Tudo é trabalhado ao pormenor mas no fim, no fim, somos todos humanos...

Doesn't Matter



O canto