Vi a 4ª e última temporada com uma sede de ver o que acontecia às minhas personagens preferidas e foi o colapsar da minha expectativa.
Estava feliz com a ideia de Laura Neal ter sido convidada para escrever o fim desta grande série e o meu entusiasmo acompanhou cada episódio. Verdade seja dita que um final feliz seria o que eu mais desejava, apesar de perceber que a morte de Villanelle poderia ser o mais adequado, visto que, nas temporadas anteriores ela ataca e mata todas as pessoas do círculo de Eve. Poderia ser estranho que elas vivessem o romance tão desejado por uma ampla comunidade sem ter uma repercussão pelos seus atos. Vibrei quando as vi beijarem-se, uma benesse para nós, e quando elas, aparentemente consumaram o amor, sexo que durante toda a série partilham com outras personagens, deixando, finalmente, toda a tensão sexual que as unia ter uma representação na série. Foi a euforia antes do choque.
Não gostei muito dos episódios e muito pouco desta temporada, a ligação com a temporada anterior foi deixada para trás - de lembrar que elas viram-se uma para a outra na ponte e que este final era apoteótico e fantástico. Só faltava o que meio mundo imaginava - dirigirem-se uma para a outra.
Os primeiros episódios da 4ª temporada, com a Villanelle arrependida e religiosa não fez muito sentido para mim, mesmo se, a ideia seria dar-lhe uma penitência para expurgar os seus atos. Não me fez rir, parecia uma loucura num mundo paralelo e que ela tinha tomado algo como uma substância alucinogénia, bem como, quem escreveu esta passagem. A introdução de uma nova assassina, que preveria uma continuidade da Villanelle foi despojada sem uma lógica muito percetível, mas, serviu para assassinar o seu mentor e o mentor de Villanelle, Constantin. No último episodio ela não aceita matar Villanelle, porque, de certeza, tem a mesma admiração que nós.
Hèléne passa a ter mais protagonismo, tal como Eve. Vemos Villanelle sair do espaço e da vida de Eve e o que se esperava, o que mais se ansiava caia por terra - elas não iriam ter a tão desejada vida em comum durante esta temporada. O destino de Hèléne e Eve que quase envolvem-se ultrapassa a relação entre elas. O episódio em Cuba entre Villanelle e Carolyn em que ela deixa Carolyn viver é muito pouco interessante. O "flashback" da Carolyn situa-nos finalmente no cerne do mistério que envolve os "Twelve"- o que foi bom. Continua a haver assassinatos, é verdade, para relembrar que Villanelle é uma assassina, mas, não existe brio na realização dessas mortes, mesmo se, algumas tocam na violência domestica. Villanelle até passa a vestir-se de forma casual o que raramente tinha acontecido durante as outras temporadas. A vida na ilha com a outra assassina também não me convenceu. Não faz sentido dizerem que a Carolyn manda-a matar por causa do Kenny, ela está em Barcelona quando a sua morte acontece. Esta desculpa não pega e Carolyn, que também tem muito sangue nas mãos, continua viva e livre, mesmo depois de mandatar o pior assassinato de toda a série!?
Não gostei desta temporada como escrevi em cima, parece que existe uma maldição em relação às últimas temporadas das grandes séries. Se calhar deveria, para a próxima, esperar o pior e ficar assim "bem" surpreendida com o enredo. Como escrevi na anterior mensagem sobre Killing Eve, estava extasiada com a ideia da Laura Neal acabar a série. Ela escreveu "Sex Education" uma série extraordinária onde tudo é discutido de forma livre e inteligente, por isso, não estava à espera deste mau final, tampouco da falta de conteúdo de toda a temporada.
O final da 3ª temporada deveria ter sido o objeto principal para o fim da série. O perdão deveria estar adjacente à relação que as duas poderiam construir. As outras personagens estariam no cerne da evolução desta relação e, mesmo se, não acabassem uma com a outra continuariam a viver para dar-nos a possibilidade de sonhar ou gritar com essa escolha. Matar todas as personagens mais importantes foi uma loucura para mim, como é óbvio.
A morte de Villanelle não me agradou. O sangue a desenhar umas asas de anjo no rio!? Se ela merece estas asas porque é que morreu?
Deixo aqui as palavras de Laura Neal para explicar a sua escolha…
"Não conseguíamos imaginar Eve e Villanelle numa vida doméstica por muito tempo. Elas estão destinadas a algo mais explosivo. […] O que pareceu certo era promover um renascimento de Eve, que agora tem a chance de construir uma nova vida com tudo que Villanelle lhe proporcionou. E também pareceu certo para Villanelle. Ela é forjada em morte e destruição; parte dela ama isso. Esse é seu lugar, onde pertence. Na minha cabeça, é um final feliz para Villanelle de certa forma, pois ela conseguiu o queria: provar que mudou e mostrar isso para Eve."
A minha primeira mensagem sobre Killing Eve
https://audrey-movie.blogspot.com/2020/09/killing-eve.html
Audrey Love (ASC2022)
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