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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Pierre Reverdy - Grandeur Nature - Tamanho Natural - Poesia

Pierre Reverdy

GRANDEUR NATURE

Je vois enfin le jour à travers les paupières
Les persiennes de la maison se soulèvent
Et battent

Mais le jour où je devais le rencontrer
N'est pas encore venu

Entre le chemin qui penche et les arbres il est nu
Et ces cheveux au vent que soulève le soleil
C'est la flamme qui entoure sa tête

Au déclin du jour

Au milieu du vol des chauves-souris

Sous le toit couvert de mousse où fume une cheminée

Lentement
Il s'est évanoui

Au bord de la forêt
Une femme en jupon
Vient de s'agenouiller

Pierre Reverdy por Modigliani

TAMANHO NATURAL

Por fim vejo o dia através das pálpebras
As persianas da casa insurgem-se
E batem

Mas o dia em que o devia encontrar
Não chegou ainda

Entre o caminho que desce e as árvores ele está nu
Esses cabelos ao vento que o sol levanta
É a chama que lhe rodeia a cabeça

Ao anoitecer

No meio do voo dos morcegos

Sob o tecto musguento e a chaminé fumarenta

Lentamente
Desmaia

Na borda da floresta
Uma mulher em saiote
Ajoelhou-se

Poema de Pierre Reverdy traduzido por Eugénio de Andrade e que faz parte do Livro "Trocar de Rosa" de Eugénio de Andrade editado pela editora Limiar em Março de 1981 

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