Pierre Reverdy |
GRANDEUR NATURE
Je
vois enfin le jour à travers les paupières
Les
persiennes de la maison se soulèvent
Et
battent
Mais
le jour où je devais le rencontrer
N'est
pas encore venu
Entre
le chemin qui penche et les arbres il est nu
Et ces
cheveux au vent que soulève le soleil
C'est
la flamme qui entoure sa tête
Au
déclin du jour
Au
milieu du vol des chauves-souris
Sous
le toit couvert de mousse où fume une cheminée
Lentement
Il
s'est évanoui
Au
bord de la forêt
Une
femme en jupon
Vient
de s'agenouiller
Pierre Reverdy por Modigliani |
TAMANHO
NATURAL
Por
fim vejo o dia através das pálpebras
As
persianas da casa insurgem-se
E
batem
Mas o
dia em que o devia encontrar
Não
chegou ainda
Entre
o caminho que desce e as árvores ele está nu
Esses
cabelos ao vento que o sol levanta
É a
chama que lhe rodeia a cabeça
Ao
anoitecer
No
meio do voo dos morcegos
Sob o
tecto musguento e a chaminé fumarenta
Lentamente
Desmaia
Na borda da floresta
Uma mulher em saiote
Ajoelhou-se
Poema de Pierre Reverdy traduzido por Eugénio de Andrade e que faz parte
do Livro "Trocar de Rosa" de Eugénio de Andrade editado pela editora
Limiar em Março de 1981
Retirado do blogue http://foleirices.blogs.sapo.pt/222284.html
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