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segunda-feira, 3 de junho de 2024

Taylor Swift - The Eras Tour - Um concerto de uma vida - Lisboa noite 1


Introdução

A nossa ida ao concerto da Taylor Swift foi tu menos tranquila. Não tinha o tão cobiçado código para entrar na See Tickets, por isso, andei a tentar comprar bilhetes por toda a parte e o resultado foi que fui quase burlada - muitas pessoas foram-no, perderam muito dinheiro à custa de pessoas oportunistas e horríveis.

As informações sobre as outras aplicações eram todas negativas e não davam garantias, mas, já tínhamos decidido, a Sofs e eu, que íamos com ou sem bilhete. Ficaríamos fora do estádio na pior das hipóteses.

Esta situação não impediu a Sofs de encomendar um carrinho de compras na Shein com roupa inspirada no álbum Speak Now: brincos; ganchos; fita a condizer e todo o material para fazer as tais pulseiras da amizade que Taylot Swift canta no seu "You're On Your Own Kid". Ela passou muitas noites a estudar e a fazer pulseiras e eu confesso que, também, fiz algumas.


É importante realçar, que quem queira ir ao "The Eras Tour", era eu! Quando falei com a Sofs, a primeira vez, ela não estava muito interessada. Eu, ficava encantada quando via excertos dos seus concertos no TikTok, de tal forma, que quando apareceu um do seu "Reputation Stadium Tour" com "... Ready For It?", fiquei de boca aberta. Entrei num período, que diria de pesquisa, para perceber melhor este álbum e fiquei apaixonada. 1989 é o seu ex-libris e é uma obra-prima, agora, Reputation tinha-me passado um pouco ao lado. Toda a história que envolve este álbum é extraordinária, Taylor Swift demonstrou ser uma pessoa muito forte, resiliente, com um espírito combativo de se tirar o chapéu. Ninguém no seu perfeito juízo deseja passar por tudo o que ela passou, foi vil. Reputation é um dos meus álbuns preferidos, e de Reputation à Folklore foi um pequeno passo de gigante… Bebi do elixir e nunca mais quis parar. Folklore é completamente diferente de tudo o que ele fez e é outra obra-prima! Evermore continua esta deliciosa narrativa - eles são dois álbuns irmãos criados durante a pandemia. Folklore determinou a minha vontade de ir ao concerto, custa o que custasse!

A saga que se seguiu demorou alguns meses. A Sofs que estava reticente entrou na onda da mãe dela e ficou fã e, pouco depois, era ela que insistia para irmos ao concerto. Passou uma grande responsabilidade para as minhas costas. Ela comprou vários álbuns, o primeiro inclusive, e apaixonou -se pelo Speak Now.

Quase uma semana antes do concerto consegui bilhetes numa outra aplicação e entramos. Entramos no dia da pior organização possível para um evento desta dimensão.



Não podia ser pior!

Chegamos pelas 16h30, a abertura das portas era às 16h. Estava uma placa a dizer piso 3, não me preocupei muito, visto que, supostamente, as portas estavam abertas. Fomos comprar a "Merch" por duas vezes, a primeira o meu MB WAY não funcionou, tive de ir levantar dinheiro - na minha cabeça estava tudo bem, só que… a única porta do piso n°3 não tinha sido aberta, ainda. Fomos para a fila, "cola", que nunca acabava... Ficamos lá uma boa hora, paradas ao sol. A fila que, supostamente, deveria estar a andar estava parada e nós a vermos o tempo passar. 

No meio da confusão há sempre quem é mais esperto, e umas raparigas, que correram para a porta apesar de terem acabado de chegar, disseram-nos que a entrada era muito pequena e que duas ou três filas afunilavam e que eram poucos os seguranças. Tudo isso após passar para o outro lado das barreiras. Não sabíamos o que fazer - se havíamos de correr e ir para lá ou esperar de forma ordenada nesta desorganização. Optamos por ir para a frente com muitas das pessoas que estavam à espera. Chegamos lá e de facto estava uma confusão, já não existiam filas, eram apenas pessoas amontoadas umas em cima das outras. Tudo isso pelas 18h15, os Paramore atuavam as 18h30 e queríamos ver. Ficamos lá, as pessoas gritavam "queremos entrar, queremos entrar!" e ululavam com um som atroador. Já pensava que não íamos estar no início do concerto da Taylor Swift que começava às 19h30. Dávamos um passo e parava de novo. Os cânticos continuavam e eu também gritava. Depois de algum tempo, vi uns telemóveis a filmar à nossa frente, eu olhava para as árvores, não percebia nada, o que se podia passar nas árvores de tão interessante. Não eram as árvores que filmavam, mas umas pessoas a derrubar a grade. De repente as pessoas começaram a desaparecer neste portal de esperança que se abria para nós. Entrei com a multidão, mas, dizia à Sofs que não iríamos entrar sem sermos revistadas - era uma questão de segurança para nós e para a artista. As grades caiam durante todo o caminho. 

Andávamos como um cortejo e mandaram-nos parar antes de chegar ao túnel. Nesta altura a paciência era pouca e os cânticos recomeçavam. Nas redes sociais já se sabia que o concerto de Taylor Swift tinha sido adiado e nós ouvíamos os Paramore atuar. Já estávamos por tudo, desde que entrássemos antes de Taylor começar. Pouco tempo depois a fila andava e parava - quem era mais alto dizia que eram umas barreiras. Avançamos e paramos três ou quatro vezes e chegámos a uma barreira feita de seguranças que faziam um cordão para não passarmos - achei incrível que no meio do caos, uns braços impediam-nos de avançar. Eles largavam e voltavam a dar as mãos. Os cânticos eram uma constante. Fomos libertas pelas 19h40 e fomos revistadas, o que foi bom. Corremos até o nosso lugar, era um pouco longe, mas mais perto era o dobro do que paguei. Fica para uma outra vez.

Um concerto de uma vida

O nosso entusiasmo foi de tal forma - havia a possibilidade de não entrarmos porque os bilhetes não tinham sido comprados na See Tickets, que esquecemos as pulseiras luminosas. Tive de descer para ir buscá-las e quando voltei, pudemos, finalmente, apreciar o concerto - não queríamos acreditar! Os nossos lugares eram um pouco longe, não iríamos ver a Taylor de perto, mas, isso já era um dado adquirido porque estávamos no piso 3 e de lado. O que realmente importou foi o concerto em si e o prazer de lá estar.

A música estava muito alta, toda a gente curtia e dançava. A felicidade estava estampada na expressão facial de todas as pessoas. Trocamos pulseiras da amizade à espera de ouvir "Applause" de Lady Gaga, a última canção antes do concerto começar. Quando a famosa contagem decrescente apareceu no ecrã ao som da introdução do espetáculo, ficámos incrédulas com o que íamos testemunhar. Vi o concerto no cinema, na Disney, vi algumas transmissões em direto, mas, estar lá superou tudo. Algumas pessoas choravam quando ela apareceu com "Miss Americana And The Heartbreak Prince".

No estádio, o som era ensurdecedor, toda a gente gritava, os meus tímpanos sofriam, senti um misto de euforia e de sofrimento. É evidente que a excitação superou estes momentos. Para a próxima levo umas proteções.

Ela continuou a Era Lover com "Cruel Summer" e o novo repertório da turné devido ao seu novo álbum The Tortured Poets Department. Ao meu redor toda a gente sabia as letras - cantávamos, dançávamos e saltávamos. Eu sou 1989, Reputation, Folklore e Evermore, mas, este concerto deu-me a possibilidade de conhecer melhor Taylor Swift com os seus álbuns mais antigos e apreciar os seus trabalhos mais recentes. Nunca lhe tinha dado a relevância que ela merece. Agora dou!


Os momentos altos do concerto? Todos! Ele demora 3h30, ela canta 44 canções, as canções surpresas são um dos momentos mais esperados - ela gosta de surpreender com misturas incríveis. Este concerto, que contempla uma viagem aos seus 11 álbuns, é um desempenho vocal, artístico e físico. Ela presenteia-nos com um palco gigante feito de LCD, vários ecrãs, um principal e dois mais pequenos para as pessoas que como eu estavam de lado. Lança fogo no seu "Bad Blood", confetes durante "All Too Well", vê -se tudo, ninguém perde nada do concerto ou dela, mesmo se estão longe, e acaba com um fogo de artifício que no dia dos meus anos foi feito para mim, só posso agradecer.

No meio de toda a euforia, o momento dedicado a Folklore e Evermore é sempre um pouco mais calmo. Depois do seu "Champagne Problems" de Evermore, ela deixa sempre a multidão aplaudir, como se fosse um "Bis", mas, no meio do concerto. Milhares de pessoas batiam palmas e gritavam o seu nome, de tal forma, que alguém do estádio acendeu as luzes. Este momento fica para a história e ela não queria acreditar, o que se previa ser um momento de 2 minutos no máximo, transformou-se num momento icónico de pouco menos de 4 minutos. Não queríamos parar…  


.O chapéu que ela dá na canção "22" é sempre um momento muito bonito, ela escolhe, quase sempre, pessoas jovens. As "Surprise Songs", referidas em cima, são outro momento especial. No dia 24 ela fez uma mistura de "Come Back... Be Here" de Red, "The Way I Loved You" de Fearless e "The Other Side Of The Door" de Fearless na guitarra & "Fresb out The Slammer" de TTPD com "High Infidelity" de Midnights ao piano. Não conhecia bem as três primeiras e "Fresh out The Slammer" é a canção que gosto menos do seu último álbum devido à produção, mas, ao piano ficou logo muito melhor e adoro "High Infidelity". A minha filha sabia todas as letras. "The Way I Loved You" é uma canção que ela não cantava há anos nos seus concertos. Eu penso que Taylor veio a Portugal sem saber como ia ser recebida e ficou rendida com o público. Graças a nós, a noite 2, em Lisboa, teve duas "Surprise Songs" memoráveis. 

         


Podia ter passado o tempo todo a filmar, mas não, filmei o estrito necessário - se quero ver a Taylor Swift no ecrã basta ver o filme, por isso, filmei, apenas, alguns momentos importantes para mim: "All Too Well" (10 minutes Version), "Cardigan", "August" & Illicit Affairs", "...Ready For It?", "I Can Do It With a Broken Heart" e "Shake It Off", posso dizer que senti o chão a mexer. Estive o tempo todo a cantar durante as filmagens, o resto do tempo fui uma simples fã a apreciar um concerto.


Eu não sei se percebem a dimensão dos fãs de Taylor Swift, ela escreveu álbuns completamente diferentes, com canções que passam do Country; Rock; Pop, Rap, R&b; Folk e Indie folk e, independentemente, do género todas a gente sabia as letras. É magistral!

O que dizer mais? A banda é extraordinária, as suas vocalistas incríveis e os seus bailarinos são maravilhosos. O trabalho feito antes e durante a turné é incessante e permite fazer deste "The Eras Tour" um concerto que homenageia os seus álbuns, mas, sobretudo, os seus fãs. Taylor Swift não conseguiu fazer a digressão com o álbum Lover devido à COVID, lançou Folklore e Evermore durante a pandemia, Midnights saiu em 2022, e este ano, ela lançou The Tortured Poets Department. Ela aproveita para revisitar os seus mais antigos álbuns, mas, realça, especificamente, os que não tiveram uma turné e aproveita para agradecer aos fãs a receção estrondosa que eles tiveram - quebrou recordes atrás de recordes. Ela ganhou mais dois Grammys de melhor álbum com Folklore em 2021 e Midnights este ano. 

A Taylor Swift não é uma artista qualquer, foi uma sorte, uma bênção a sua passagem por Portugal. 
O meu único arrependimento foi não ter conseguido o tal código para comprar os bilhetes na See Tickets, mas, nunca mais vai acontecer. 

[Outro]

Nas redes sociais, há, sempre, quem diz mal, quem goza com ela ou com o seu trabalho… Taylor Swift tem 11 álbuns completamente diferentes - vão ouvir! Pode ser que mudem de opinião, nunca se sabe? Eu mudei!

A minha mensagem sobre o álbum Reputation 


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