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sábado, 21 de setembro de 2019

Audrey Love - O Lamento da Amazónia - Poesia

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A Amazónia queima e chora. A Amazónia queima e chora, consegues ouvir o seu lamento?

A Amazónia e a terra sofrem da tirania do homem. A destituição de toda uma humanidade em prol do lucro e do beneficio - beneficio que também é meu, meu por inércia, por incompetência, por volubilidade, por causa da minha, nossa alimentação, consegues estar bem?
Estaria ela bela e saudável?

Como seria o nosso mundo sem ela? Sem ela, a terra?

Estes mentirosos que a colocam em segunda mão, são os que a matam. Hoje, somos nós contra ela, entendes o seu lamento?

Os jogos dos bonecos que estão como recantos das nossas belas vivências desperdiçam os olhos dos que a sentem.

A Amazónia arde, os animais gritam, consegues ouví-los? O desespero ao fugirem das chamas, o olhar para a sua terra, terras, e por fim morrerem nela, nelas, queimados, será que alguém os vê? Será que alguém os ouve?  Choramos os nossos mortos, as mortes dos que nos são queridos, esquecendo que somos todos filhos dela. Indígenas, activistas ambientais, condenados à morte por serem a terra roubada. Não há inteligência superior quando se queima o nosso habitat, quando se explora as nossas reservas, quando se mata...mata...mata!

A Amazónia é apenas uma das florestas que está a arder dentro da minha barriga. Sinto o cheiro da água a escassear no meu sangue, e as bolas, essas bolas que voam nas surpresas dos que pensam que possuam o mundo, mas, nada é deles. A água corre entre os rios da morte.

A morte persegue de dia e de noite, consegues vê-la? Está em todo o lado com uma capa de cifrões. Pessoas são desalojadas das suas casas, consegues conduzir?

O poder dos que pensam que o poder é matar é um poder vão e inútil. A morte ceifa tudo e todos no seu caminho! Não precisa de ajuda. E se a deixarmos chegar quando for a nossa hora, a hora dela, a tua, a minha, deles que se afogam nas lágrimas de crocodilos que andam por aí.

A terra cresceu estes milhões de anos, consegues contá-los? A tua passagem é mínima, o teu traço na neve desvanece com o vento. Ela nos sobreviverá, ninguém vai ficar para ver, apenas as nossas plantas, saídas no arco íris das esperanças desumanas de pais. Vidas cinzentas de carvão queimado.

A Amazónia tem milhões de anos, anos de desenvolvimento em que conseguiu suster uma biodiversidade imensa. Consegue fazer chover, apenas com a sua humidade.
Consegues ouvir o seu lamento?

Tesouros brilham, arqueológicos, hieróglifos e a sua história consegues apreendê-la?

Foge do teu outro ser, purifica-te com a qualidade do ar, não com águas na testa. Descobre o amor, a empatia por todos e tudo.

O lamento da Amazónia e de tudo o que se passa na nossa terra é o nosso lamento!
- Consegues ouvir-te?
Audrey Love  by ASC
(2019)

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