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domingo, 29 de setembro de 2019

Oregon - Música

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Como descrever a música de Oregon? Banda criada nos anos 1970, inspirada numa mistura de jazz/world music, com sonoridades eclécticas , um pouco como Mahavisnhu Orchestra e Shakti. Ao longo de quase 50 anos produziram álbuns. É uma música tocada para nos lembrar que há beleza neste mundo.

Ouvir Oregon é como lavar o nosso cérebro de todos os barulhos, de tudo. Eu sou completamente apaixonada pelo álbum "Out of The woods" que ouço sem fim, mas, qualquer peça de música que eles tocam, criam, vale a pena descobrir - de certeza que vai ser muito, muito boa!

Comecemos com uma música de "Our First Record" (1970)

Canyon Song

E agora uma música do segundo álbum "Music of Another Present Era" (1972)

The Silence of a Candle

Passemos pelo álbum seguinte "Distant Hills" (1973)

Aurora

A seguir veio "Winter Light (1974)

Street Dance

"In Concert" (1975)

Concerto para a televisão Norueguesa

Com o baterista Elvin Jones - "Together" (1976)

Three Step Dance

"Friends" (1977)

Timeless

"Violin" with Violinist Zbibniew Seifert (1978)

Raven´s wood

"Moon and Mind" (1979)

Moon and Mind

E chegamos finalmente ao "Out of The woods" (1978) que foi considerado um dos melhores álbuns de Jazz no ano em que saiu. É o meu álbum de eleição e foi o disco que me fez descobrir os Oregon. Eu pensava que eles só faziam barulho, mas, enganei-me completamente. Retirei o LP e coloquei-o no gira disco já lá vai...tanto tempo. Por milagre, estava de férias e a noite era calma e quente, uma noite de verão em que as janelas estão abertas e se consegue ouvir os mosquitos a voar. Nessa noite, descobria Oregon. Um vento formava-se entre as minhas orelhas e varria tudo o que eu tinha em mente, era como estar virgem (de ouvidos) de novo. O tempo de uma única beleza sobrevoava as estrelas e eu voava no meio delas. A lua parecia apreciar este momento de intimidade. Fundíamos transportados pelos sons de Oregon.

É verdade que a capa, que me faz lembrar René Magritte, chamou-me logo à atenção. Já era um ponto de interesse, mas, foi o conteúdo, que é de tal forma bonito, equilibrado, perfeito, que tudo começou para mim. Tudo neste álbum é mágico e cada titulo transporta-nos para uma diferente esfera. E se "Yellow Bell" não vos convence logo à primeira deixem-vos transportar com "Waterwheel" e se não for o suficiente então ouçam "Witchi-tai to" e se ainda não estiverem convencidos, então, não posso fazer nada por vocês...

Yellow Bell

Waterwheel

Witchi-tai- to

Depois seguiu-se "Roots in the Sky" (1979) e "In Performance" (1980) onde foi a primeira vez que foi tocado "Icarus" que para mim é uma obra-prima. 

Existem poucos registos da música, vou partilhar a original, sabendo que a versão ao vivo em "in Moscow" com o Moscow Tchaikovski Symphony Orchestra é, também, extraordinária. Vão ouvir!

Icarus

Entretanto saiu uma compilação "Oregon The essential" (1981)

Person to Person

"Oregon" 1983) é outro dos álbuns que entrou como melhor do ano em que foi lançado na categoria de Jazz, seguindo "Crossing" (1984) e "Ecotopia" (1987).

Impending Bloom

Segui-se "45th Parallel" (1989), "Always, Never and Forever" (1991), "Troika" (1993), "Beyond Words",  "Northwest Passage" (1997), "Music for a Midsummer Night's Dream (The Oregon Trio)" (1998), "In Moscow" - with the Moscow Tchaikovsky Symphony Orchestra (2000) - Um "must have" na prateleira!

In Moscow

"Live at Yoshi's" (2002), "Prime" (2005), "The Glide" (1 track, new version on iTunes) (2005) - "1000 Kilometers" (2007), "In Stride" (2010) , "Family Tree" (2012), "Lantern" (2017).

Family Tree


 Dolomiti Dance

Lantern

Continuam a dar concertos. Vale a pena ir vê-los ao vivo. 
Um grupo maravilhoso com tanto por descobrira ainda!

Icarus live in Moscow


Playlist da mensagem

sábado, 21 de setembro de 2019

Audrey Love - O Lamento da Amazónia - Poesia

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A Amazónia queima e chora. A Amazónia queima e chora, consegues ouvir o seu lamento?

A Amazónia e a terra sofrem da tirania do homem. A destituição de toda uma humanidade em prol do lucro e do beneficio - beneficio que também é meu, meu por inércia, por incompetência, por volubilidade, por causa da minha, nossa alimentação, consegues estar bem?
Estaria ela bela e saudável?

Como seria o nosso mundo sem ela? Sem ela, a terra?

Estes mentirosos que a colocam em segunda mão, são os que a matam. Hoje, somos nós contra ela, entendes o seu lamento?

Os jogos dos bonecos que estão como recantos das nossas belas vivências desperdiçam os olhos dos que a sentem.

A Amazónia arde, os animais gritam, consegues ouví-los? O desespero ao fugirem das chamas, o olhar para a sua terra, terras, e por fim morrerem nela, nelas, queimados, será que alguém os vê? Será que alguém os ouve?  Choramos os nossos mortos, as mortes dos que nos são queridos, esquecendo que somos todos filhos dela. Indígenas, activistas ambientais, condenados à morte por serem a terra roubada. Não há inteligência superior quando se queima o nosso habitat, quando se explora as nossas reservas, quando se mata...mata...mata!

A Amazónia é apenas uma das florestas que está a arder dentro da minha barriga. Sinto o cheiro da água a escassear no meu sangue, e as bolas, essas bolas que voam nas surpresas dos que pensam que possuam o mundo, mas, nada é deles. A água corre entre os rios da morte.

A morte persegue de dia e de noite, consegues vê-la? Está em todo o lado com uma capa de cifrões. Pessoas são desalojadas das suas casas, consegues conduzir?

O poder dos que pensam que o poder é matar é um poder vão e inútil. A morte ceifa tudo e todos no seu caminho! Não precisa de ajuda. E se a deixarmos chegar quando for a nossa hora, a hora dela, a tua, a minha, deles que se afogam nas lágrimas de crocodilos que andam por aí.

A terra cresceu estes milhões de anos, consegues contá-los? A tua passagem é mínima, o teu traço na neve desvanece com o vento. Ela nos sobreviverá, ninguém vai ficar para ver, apenas as nossas plantas, saídas no arco íris das esperanças desumanas de pais. Vidas cinzentas de carvão queimado.

A Amazónia tem milhões de anos, anos de desenvolvimento em que conseguiu suster uma biodiversidade imensa. Consegue fazer chover, apenas com a sua humidade.
Consegues ouvir o seu lamento?

Tesouros brilham, arqueológicos, hieróglifos e a sua história consegues apreendê-la?

Foge do teu outro ser, purifica-te com a qualidade do ar, não com águas na testa. Descobre o amor, a empatia por todos e tudo.

O lamento da Amazónia e de tudo o que se passa na nossa terra é o nosso lamento!
- Consegues ouvir-te?
Audrey Love  by ASC
(2019)

O canto