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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Eugénio de Andrade - matéria solar


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Aqui me tens, conivente com o sol

neste incêndio do corpo até ao fim:
as mãos tão ávidas no seu voo,
a boca que se esquece no teu peito
de envelhecer e sabe ainda recusar.


Eugénio de Andrade
matéria solar (2000)


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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Audrey Love - Vinho Tinto - Poesia

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O vinho tinto é como um amigo - estabelece uma ligação de convivência, de tranquilidade e de confraternização.
Eu erguia a sua volúpia, enquanto escolhias um vinho branco fresco emprenhado nas tuas manias.
Bebeste dois de seguida, enganada pelo calor. Não sentias a frescura da acidez cítrica na boca nem o ardor.

O vinho tinto precisa de tempo para saborear. Conquista a garganta com aromas profundos que perduram até ao infinito da alma. O meu, acompanhou-me na noite, entrelaçado na minha mão libertando o corpo à minha paixão.

Cambaleaste até ao carro, não sabias onde andavas. Se não fosse a exitacão dos meus sentidos perpetrada pelos taninos, estaria desorientada, incapacitada.

No caminho, revelaste mil coisas perdidas no álcool que girava na tua cabeça, como nos anéis de Saturno.

O vinho tinto incorpora as conversas na sua composição, é espaço, é todas as possibilidades.

Audrey Love 2019 (ASC)
Beber com moderação!
Foto de Freepik.com

PS: Também gosto de vinho branco


sábado, 10 de agosto de 2019

Amarcord - Federico Fellini - Filme

Federico Fellini


Há muito tempo que quero colocar um filme de Federico Fellini no meu blogue. Tenho a Dolce Vita em desenvolvimento, mas, sou completamente apaixonada por Amarcord. Ver Amarcord é ficar de tempos em tempos sem palavras, sem reação de tão belo que o filme é. É brilhante!
Federico Fellini é, para mim, um cineasta que capta a vida como ela é. Amarcord são as suas recordações de infância através de um jovem delinquente durante as quatros estações do ano. Nele, há um forte sentimento de descoberta do amor e do desejo como desenvolvimento natural dos jovens e das jovens que ainda estão a estudar. As cenas na escola são de partir a rir e a cor é linda. Para mim, não há nenhuma vulgaridade no que Fellini faz, percebemos todo em foco nessas descobertas sem nunca sentirmos momentos de mau-estar.
No filme, até a ascensão do fascismo é relatado maravilhosamente. Ao invés de focar na política em si, ele consegue levar-nos para a essência da juventude, quando um jovem sonha com o seu casamento, abençoado pelo Dulce, com a jovem que ele ama, mas que ela não ama.
A cidade é uma das personagens principais, bem como, as mulheres que são relatadas como as estrelas de cinema - intocáveis, belas, motivo de desejo e os seus homens com características únicas para cada um deles.
O jovem perde a mãe no inverno, as suas recordações são negras, mas, mesmo assim ainda encontra uma maneira de se deslumbrar com uma jovem que vai com ele no cortejo.
O filme acaba como começou - com a primavera. O ciclo recomeça, e mais uma vez, há uma alusão clara ao amor, quando a mais emblemática das personagens femininas casa com um homem que ela sempre sonhou.
A luz, a fotografia são também uma parte importante do filme. O vermelho aparece e destaca-se como se fosse numa pintura. Os diálogos e as cenas caricatas são cheios de humor e de poesia.
Amarcord é belo e podem vê-lo aqui.





A Música de Nino Rota acompanha maravilhosamente o filme. Bellissimo!


O canto