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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A Vila das Cores - Livro - Entrevista

De Bruno Magina

Bruno Magina

Como sabem sou uma fervente defensora dos direitos humanos. O debate em torno da orientação sexual e dos direitos adjacentes a essa orientação não faz mais sentido, visto que, ao meu ver, esses direitos são adquiridos logo à nascença. As famílias são apenas famílias e não famílias apenas porque são, algo que já ouvi - "tradicionais". Essa palavra leva-me para tempos passados onde ninguém quer voltar, sobretudo as mulheres. Pensamentos retrogrados estão ocultos nessa palavra que, e este é o meu espaço, é ridícula! (para não dizer algo mais ofensivo)

Como sabem, também gosto de encontrar no meu caminho, pessoas que pensam como eu e que têm a coragem de exprimirem esses pensamentos. Bruno Magina escreveu a história duma família diferente e sim! É algo que me tocou. Há tempos que quero começar uma nova rubrica no meu blogue, uma rubrica chamada "entrevistas" e, Bruno aceitou responder à algumas perguntas. É o primeiro e espero que outros se seguirão. Estou tão feliz!

Mas quem é Bruno Magina?

- Bruno Magina nasceu em Lisboa, em 1984. 
- Em 2009, três anos após ter concluído a sua licenciatura em Ensino Básico e já com vários artigos publicados, iniciou o seu percurso em Educação e Formação de Adultos, que culminou com o Prémio de "Reconhecimento Social à Educação".
- A partir de 2012, enveredou pelas artes (música, teatro e fotografia), de forma assumida e definitiva, tendo em vista o combate à discriminação pela orientação sexual e pela identidade de género.
- Fascinado desde sempre pelo mundo da literatura infantojuvenil, "A Vila das Cores" é o primeiro livro publicado da sua inteira responsabilidade.​


Capa

Entrevista

O livro que Bruno Magina escreveu é um livro infantil sobre uma família diferente, uma família arco-íris que vai viver para “A Vila das Cores”. A diferença reside na cor dessa família no meio das outras, visto que essa cor não existe, ou melhor, existe mas não é reconhecida. Aos poucos, os outros que não lhe eram favoráveis vão aceitando essa família e tudo acaba bem.

1- Como surgiu a ideia de fazer um livro infantil sobre a família de um casal homossexual?
A ideia, de certa forma, partiu da Associação ILGA Portugal, na qual estou envolvido desde 2012. Foi lançado um desafio chamado “Um Conto Arco-Íris” com o objetivo de colmatar uma lacuna da literatura para a infância que é a falta de livros que abordem a temática LGBT, sobretudo de uma forma clara, evidente e positiva. Sempre gostei de escrever, desde criança e enquanto adolescente, mas na idade adulta essa parte “literária” da minha personalidade e da minha vida esteve um pouco esquecida… Rodeei-me das pessoas certas (Carolina Figueira na ilustração e Laís Lopes no design) e o livro surgiu, com o selo da Escritório Editora.

2- Pensa que as crianças estão preparadas para abordar esse tema e o compreender?
As crianças estão preparadas para abordar e compreender qualquer tema. Penso que essa “questão” coloca-se mais às pessoas adultas – daí a importância de materiais de apoio, como os livros.

3- Vimos mais uma votação que chumbou o direito à adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo. Essa votação reflete a nossa sociedade ou acha que foi apenas uma desculpa para as bancadas do PSD e CDS fugirem à questão?
Pelo que vejo à minha volta, e cada vez mais, a grande maioria das pessoas é a favor da adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo. Já se compreendeu a importância do assunto e a irrelevância dos argumentos que são apontados contra. Por isso, ou eu vivo num mundo cor-de-rosa, ou a decisão tomada não reflete a realidade do país – como, aliás, acontece em relação a tantas outras questões. A “política” tem destas coisas.

4- Tem esperanças para o futuro?
Claro, o mundo é feito de mudanças, há é que trabalhar para elas. Mas é pena que as mudanças aconteçam com base na “insistência”.

5- Qual é a sua “Vila” (sociedade) de sonho?
Gostava de viver numa “vila” um pouco como a minha “vida”: simples, tranquila, mas ao mesmo tempo moderna, com acesso ao trabalho, à justiça, ao respeito: uma vila feliz!

Audrey Love

Contracapa



A VILA DAS CORES from ShoeBox on Vimeo.

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