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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Judith Teixeira - A Estátua - Poesia

A ESTÁTUA

O teu corpo branco e esguio
prendeu todo o meu sentido…
Sonho que pela noite, altas horas,
aqueces o mármore frio
do alvo peito entumecido…

E quantas vezes pela escuridão,
a arder na febre dum delírio,
os olhos roxos como um lírio,
venho espreitar os gestos que eu sonhei…
…………………………………………..
- Sinto os rumores duma convulsão,
a confessar tudo que eu cismei!
………………………………………….
Ó Vénus sensual!
Pecado mortal
do meu pensamento!
Tens nos seios de bicos acerados,
num tormento,
a singular razão dos meus cuidados!

Fevereiro - Noite luarenta
1922

Judith Teixeira

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