Dia 3 de Outubro Taylor Swift lançou The Life of a Showgirl e eu esperei pela minha hora de almoço para ouvir o álbum com a minha filha em casa. Eu adorei a primeira canção e tive alguma resistência ao resto do álbum, sabendo que, a minha primeira impressão, não iria ser a mais importante. O entrosamento de um novo trabalho, a não ser que seja o que se idealiza, requer mais do que uma ouvida. Confesso que a minha expectativa era muito alta por causa da escolha dos produtores Max Martin e Shellback, produtores com o qual ela trabalhou nos icónicos 1989 ou Reputation. The Life of a showgirl cresceu em mim, havia algumas cançãos que não me causarem nehum deslumbramento, estámos muito longe de Blanck Space, Shake it Off ou New Romantics, para não falar de todos os outros sucessos pop que ela fez com eles. Parecia até que a sonoridade assemelhava -se a de Jack Antonoff. Resisti à primeira impressão e refugiei-me para ouvir de novo, mas, desta vez sozinha, com todo o tempo do mundo e com uma acústica que este álbum merece. Com tudo a postos dei uma segunda chance ao álbum e desta vez, um mundo de musicalidade abriu-se para mim. A internet estava quase toda muito dividida e muitos tinham sacrificado o álbum como sendo um dos piores que ela já lançou. Na minha segunda vez, fiquei mais deslumbrada, e a música que me fez entrar neste universo foi The life of a Showgirl. Esta música é épica com Sabrina Carpenter a interpretar de forma fantástica. O tema, a letra, a junção das vozes, a música conseguirem finalmente que eu vibrasse com um esquisso do projeto. Já eram 3 com Opalite à mistura. Quando fui ver o vídeo de The Fate of Ophelia ao cinema já tinha feito as pazes com o álbum, de tal forma que quando ouvi que era a versão clean fiquei um pouco triste! Quem é que não gosta de ouvir que ela tem uma "Dick" maior que os homens que a enganaram ou que um muito de madeira a fazem abrir as ancas. Gostei da explicações de Taylor sobre todas as músicas e os vídeos com as letras das músicas. Ali já estava apanhada pelo álbum e Father Figure crescia em mim. E do nada o que era um álbum morno tornou-se uma peça requintada com universos complexos por descobrir a cada canção. O mais interessante é que, apesar de adorar o 1° single, quando coloco o álbum ouço tudo sem parar. E isto é sinal que ao contrário do que muitos dizem que é um álbum surpreendente e coeso.
Eu já tentei acabar esta mensagem há algum tempo. Vou marcar as músicas com umas estrelas para enfatizar a minha escolha.
The Fate of Ophelia
⭐⭐⭐⭐⭐
The Fate of Ophelia
Taylor Swift começa muito forte com The Fate of Ophelia. Ela é muito bem produzida com a entrada a bateria e o baixo que cria um espaço que me fez sorrir no início da música. A história é sobre a personagem de Ophelia de Hamlet de Shakespeare. Na peça Ophelia morre depois de ter tido o seu coração partido e na canção Taylor diz que o seu namoro com Travis Kelce a salva-a deste terrível destino. A letra é um hino à vida e à felicidade - e a metáfora criada com a morte de ophelia contrasta com a momento onde a Taylor encontra-se. Ela já tinha rescrito o final de uma das peças de Shakespeare com Love Story do seu álbum Fearless que foi o sucesso que a fez ser descoberta por milhões de pessoas. E se a batida é contagiante e a voz da Taylor está no ponto, o vídeo ajudou a que esta canção fosse mais emblemática. É o melhor vídeo, depois de All To Well 10 mn version que continua a ser o meu preferido. A realização é perfeita com vários quadros que de uma estética de beleza fora de norma e cheios de simbolismos que começam com a reprodução do quadro de Ophelia, continua evoluindo na história com alusões a evolução da arte com personagem ligadas à mitologia, à pintura, à dança e à musica desde o romantismo, com alusão a vários artistas: Ophelia de Friedrich Wilhelm Theodor Heyser ; as sereias de Ulises de Omero; Marilyn Monroe; o grupo The Ronetes; Busby Berkeley e o seu baile aquático; as bailarinas de cabaret como o Moulin Rouge em Paris, ao ambiente do vídeo Flawless de George Michael.
Elizabeth Taylor
⭐⭐⭐⭐⭐
Elizabeth Taylor
Elizabeth Taylor é uma canção muito interessante, ela foi muito importante para a emancipação das mulheres, era uma icone/diva da cultura pop e foi uma militante da comunidade LGBT sendo uma das ativistas mais fervorosas quando o SIDA estava no seu auge e ajudou que Reagan falasse finalmente da doença - muito tempo ignorada por ele. Foi uma grande amiga de Michael Jackson, sobretudo quando ele estava com problemas com a justiça. Ela foi, também, e é aqui que existe a junção com a canção de Taylor Swif casada 7 vezes. O casamento mais conhecido pelos extremos em todos os sentidos, foi com Richard Burton, com a qual ela casou duas vezes. Na canção Taylor pergunta se vale a pena investir na sua relação e finalmente casar com o seu atual namorado que até já a pediu em casamento. Será que é para sempre? Ela pergunta a quem teve muitas dificuldades em manter as suas relações, ou por causa ela ou pelas ações dos seus maridos, ou pelo peso da fama. Ela tem medo que não dure, mas, quer fazer tudo para conseguir ter o seu final feliz.
Opalite
⭐⭐⭐⭐⭐
Opalite
Opalite é uma canção muito feliz, dançante e cheia de boa energia. A letra é sobre Travis Kelce que como ela, segundo a Taylor, não tinha tido, ainda, a relação que lhe dava borboletas na barriga ou faiscas com que as que têm hoje, os dois. Estavam destinados a encontrarem-se e, o facto dos céus estarem com boas vibrações, deve-se, sobretudo à vontade dos dois de quererem uma relação duradoura. Opalite é uma metáfora que serve para todas as novas relações, o céu está azul, sinônimo de sorte e de eternidade.
Father figure
⭐⭐⭐⭐⭐
Father Figure
Father Figure tem um espaço muito especial para mim e é porque George Michael foi colocado como compositor. Existe uma interpolação da letra da canção dele com o mesmo nome. As duas músicas não têm nada em comum… Será mesmo assim? Father figure é sobre o tema dos seus Masters e de como ela foi enganada por quem ela considerada um pai: Scott Borcheta. Houve outros artistas que tentaram reaver os seus Masters e o mais conhecido foi George Michael que perdeu o seu processo contra a Sony. Foi nessa altura que ele lançou o que eu considero o seu melhor álbum " Listen Without Prejudice Vol. 1". Ele não fez nenhuma publicidade ao álbum e não aparecia nem na capa, nem nos vídeos que ele próprio realizou. O mais emblemático de todos sendo "Freedom 90". A letra da música é elucidativa do que ela sentiu quando o negócio foi feito por detrás das duas costas. Já não se faz lealdade como antigamente.
Eldest Daughter
⭐⭐⭐⭐⭐
Eldest Daugther
Não consigo perceber porque há pessoas que não gostam desta música. Eldest Daughter é uma canção que me faz chorar… Taylor explica que é sobre o contraste que existe entre a persona que existe para o público e a verdadeira essência da pessoa. Ela é uma irmã mais velha e para as pessoas que ela ama ela é uma pessoa inteira, sincera e que nunca irá abandonar essas pessoas. Este álbum tem muitas referencias musicais e, esta canção faz me lembrar os acordes de guitarra de High and Dry dos Radiohead no refrão.
Ruin the Friendhip
⭐⭐⭐⭐⭐
Ruin the Friendship
Ruin the Friendship é uma canção que tem um final extraordinário. Todos nos dançamos na primeira parte com o ritmo contagiante, bem disposto e o tema que está bem patente na canção. A surpresa na canção com a finitude do seu amigo destrui-me… Eu penso que todos nos vivemos uma situação destas que seja amorosa ou familiar. Quando acontece o que está descrito na canção é obvio que ficamos com essa dúvida. Deveríamos ter amado, acarinhado mais essa pessoa enquanto ela estava cá. Ela tem razão!
Actually Romantic
⭐⭐⭐⭐⭐
Actually Romantic
A primeira vez que ouvi Actually Romantic, não gostei muito porque não gosto muito de "Diss Track" - evito ouvir ThanK you aIMee do álbum TTPD, portanto está aí a prova, mas… MAS, acabei por adorar porque a música é espetacular e a letra é cheia de humor. Não penso que seja só por causa da música Sympathy is a knife de Charli XCX, mas, se for está tudo bem. Sympathy is a knife é a minha canção preferida de Brat, portanto ouvi sem parar e sempre ouve o rumor que a letra era sobre Taylor Swift. De facto, algumas passagens parecem referir-se a ela: " - Don't wanna see her backstage at my boyfriend's show. Fingers crossed behind my back, I hope they break up quick".
Estamos a falar aqui de Matty Healy que é o cantor dos 1975 e o agora marido de Charli que é o baterista do grupo. Charli fala das suas inseguranças, mas, ela sabe - esteve de certeza presente quando todo este romance recomeçou e acabou, que Taylor Swift chorou a perda da sua relação com Matty durante todo o álbum TTPD. Quem ouve Peter, loml, sabe o quanto ela sofreu… Uma falta de compaixão, de sensibilidade - tudo pode ser percetível na atitude da Charli. Taylor Swift escolheu responder com uma canção divertida, cheia de sensualidade, o final com o "La-la-la-la, romantic" é divinal.
Wi$h Li$t
⭐⭐⭐⭐⭐
Wi$h Li$t
Wi$h Li$t é mesmo uma canção sobre uma Wi$h Li$t, sobre o que toda a gente quer e ela agora quer apenas o seu namorado. O que se ouve na internet sobre a Taylor por querer casar e ter filhos parecidos com o Travis é do mais ridículo que já li. Ela quer apenas enfatizar a pessoa com a qual ela escolheu para casar e ter filhos. Ela tem tudo, mas quer ser feliz ao lado de alguém. Are you mad!?
Wood
⭐⭐⭐⭐⭐
Wood
Bem Wood é uma outra canção que, para mim, é uma masterpiece. Ela começa por dizer que já não é preciso bater na madeira para encontrar a pessoa com o qual ela quer viver. A profecia quebrou e ela tem alguém com a qual ela pode viver em plenitude. A letra é muito divertida e faz muito alusão à parte mais intima do Travis Kelce. Nós, mulheres de bem... com muitas "Wish Lists" dizemos apenas: - "Good For You!"
CANCELLED!
⭐⭐⭐⭐
CANCELLED!
CANCELLED! pode ser sobre muitas pessoas. Não é a minha preferida, a entrada é um pouco sem ritmo, mas, o longo da canção a produção começa a crescer, criando um ambiente inebriante quando os violinos entram. Alguns dizem que é a mais parecida com o álbum Reputation e percebo, porque ela foi cancelada e voltou com este álbum produzido pelos mesmos produtores. No contexto da letra que é o mais importante ela realça que amigas que tiveram com ela na atura do seu cancelamento e que agora são vitimas dele podem sempre contar com ela. Ela não vira as costas a quem a ajudou no período mais sombrio da sua carreira. Não posso especificar de quem ela fala, mas, teremos sempre o início de Gorgeous e a icónica capa do álbum Folklore .
Honey
⭐⭐⭐
Honey
Honey é uma música jovial, bem disposta e bem produzida. É sobre a palavra que pode ser tanto dita de forma negativa, depreciativa, que pode ferir, mas dita com amor torna-se especial.
The life of a Showgirl
⭐⭐⭐⭐⭐
The Life of a showgirl ( com Sabrina Carpenter)
The Life of a Showgirl com Sabrina Carpenter é épica. Adoro tudo nela! O ambiente faz mesmo alusão ao título e a interpretação de Sabrina é perfeita. É óbvio que tem como pano de fundo The Eras Tour. Não existe superlativos para descrever o quando adoro está canção.
Aqui vai a minha interpretação do novo álbum da Taylor Swift e de como um álbum que começou por ser mal entendido, passou se um dos meus álbuns preferidos deste ano.
Vão ouvir e aproveitar porque é uma prenda que Taylor deu-nos durante a sua "tournée". Passou de estar super triste com TTPD para partilhar os seus momentos de felicidade connosco. Eu não sei se existem artistas tão generosos como ela.
Adoro-a e vou continuar a estar ao lado dela.